Após mandar apagar diversos murais de grafite, o novo secretário de Cultura de São Paulo, André Sturm, afirmou esta semana que a Avenida 23 de Maio, um dos principais corredores norte-sul da cidade, pode voltar a ficar colorida ainda no primeiro semestre deste ano. A Prefeitura estuda para a via um Festival do Grafite, com artistas selecionados e materiais fornecidos pela gestão.
Sobre o cinza que encobriu a Avenida 23 de Maio, Sturm afirmou que a Prefeitura terminará de remover, nos próximos dias, todos os murais que não estiverem em bom estado de conservação. Somente oito deles serão mantidos, porém, o secretário não indicou quais.
De acordo com o secretário, foram pintados de cinza os grafites que estavam pichados por cima do desenho, com cores esmaecidas e danificados pela poluição (ou seja, qualquer coisa exposta ao ambiente urbano). Segundo ele, “a arte urbana tem como pressuposto ser efêmera, em qualquer lugar do mundo. A pessoa, quando faz grafite, sabe que aquilo pode apagar, pode ser manchado. Aquilo não vai ficar lá para sempre. Grafites não têm essa natureza”, disse.
Segundo Sturm, a via é uma das possibilidades para receber o evento “em função do ruído” causado pela remoção dos grafites e das pichações, intensificada nos últimos dias. “Ficou muito cinza e há uma vontade de fazer”, afirmou Sturm. Desde 2015, era um museu a céu aberto, com mais de 70 murais.
Até o fim deste mês, a Prefeitura vai escolher uma via da cidade para a realização do festival de grafite. Outras ruas também estão sendo analisadas e, após selecionado o local, serão abertas inscrições para artistas.
A limpeza dos muros, uma ação do programa Cidade Linda, foi duramente (e justamente!) criticada nas redes sociais e meios de comunicação na semana passada. Talvez, após se dar conta que "muito cinza" é como fica uma parede após ser pintada de cinza, a proposta da nova gestão traga de volta um pouco de cor para esta cidade que não precisa ser cinza e que completa hoje 463 anos de fundação.
Fonte: Exame